Dexter 5 - Dexter é delicioso - Jeff Lindsay

Autor: Jeff Lindsay

Número de páginas: 352

Início da leitura: 03/01/2024

Término da leitura: 24/01/2024

A segunda leitura do ano foi mais um livro da série de livros do Dexter! Se você quiser um breve resumo dos 3 primeiros livros e a resenha do quarto, tudo começou aqui: Resumo dos livros 1,2 e 3 + resenha do quatro!

Primeiramente eu gostaria de dizer que é um péssimo erro eu querer colocar “Tropkillaz - Baby Baby” pra tocar com o intuito de me concentrar. QUEM DIRIA que um clipe cheio de mulheres em trajes sumários rebolando pode distrair alguém? Enfim, a segunda leitura do ano de 2024 foi muito mais vagarosa que o normal, muito mais por culpa minha que do livro em si, eu ando trabalhando pra caramba e o trabalho tem tido a audácia de atrapalhar meus hobbies, dentre eles a leitura.

Eu diria que sem sombra de dúvidas a fórmula da série dá sinais claros de cansaço, mas a cada livro o Lindsay parece refinar mais e mais o sarcasmo do Dexter e descrever de maneira cada vez mais hilária a visão deturpada que nosso assassino preferido tem do mundo.

Pretendo não dar muito spoilers como sempre e sinalizarei quando eles começarem, mas chega de enrolação e vamos lá.

Obs: comecei a tomar notas dos livros que leio enquanto vou lendo para lembrar das sensações que tive e porque minha memória é péssima a curto prazo, espero que isso se reflita em textos um pouco menos repetitivos e mais densos. Mas não prometo nada, sou praticamente a Dory.

A partir daqui tem leves spoilers se você não leu, mas prometo que os spoilers pesados terão uma sessão só sua. Ih rapaz, me repeti, peguei vocês! A primeira coisa que me chamou atenção nesse livro e me é MUITO ASSUSTADORA é o fato de que Dexter se vê maravilhado com a paternidade. É assustador porque vindo de uma origem muito humilde (um eufemismo para ser pobre pra caralho desde o nascimento) eu infelizmente cresci rodeado de violência e conheci pessoas horríveis e ao mesmo tempo maravilhosas, e sei bem que seres humanos capazes de atos cruéis conseguem sentir emoções humanas na mesma intensidade. A cena de dexter descrevendo comicamente a reação dos pais nas maternidades é muito semelhante à de alguém muito próximo a mim descrevendo como foi ver o filho recém nascido e é sem exagero uma das cenas mais engraçadas e realistas de toda a saga.

O quinto livro da série mostra que nem mesmo nosso Chico Picadinho de Miami está imune de situações constragedoras com parentes, isso porque Dexter só tem 2 parentes vivos (e que nunca se encontram por motivos que a gente sabe do primeiro livro, não vou dar spoiler pra não estragar caso você, meu lindo e cheiroso leitor/leitora/leitore não tenha lido, e ao mesmo tempo me pergunto quão grande eu consigo deixar esse parágrafo que deveria ter nem cinco palavras antes que ele vire um post por si só nesse blog.Droga, fiz de novo) e mesmo assim eles fazem a vida do Dexter maravilhosamente (pra gente, não pra ele) NORMAL apesar da anormalidade. Quer dizer, normal pra um serial killer irmão de uma policial muito louca, vocês entenderam.

Um ponto de destaque nessa obra é como da para praticamente sentir o cheiro e o calor de Miami nesse livro, algo sempre presente na série mas que é especialmente supimpa nessa interação. Sim, eu falo supimpa, me deixa!

Outra cena de destaque é a ironia do monstruoso assassino na loja de brinquedos, onde sempre com muito sarcasmo Jeff Lindsay nos mostra que a cultura americana (e a brasileira também, eu fui criança nos anos 90, o que não faltava era arma de brinquedo) é doente e prepara homens para a violência desde cedo com simulacros de armas e brincadeiras violentas, fato esse que o Dexter esfrega na nossa cara de maneira hilária nesse trecho.

Os diálogos internos do Dexter são DELICIOSOS (puta merda que trocadilho ruim) nesse livro, e só por isso já valeriam a pena, mesmo com a trama com desenrolar MEIA BOCA, só os monólogos dele já valem. Mais detalhes nos spoilers.

Quem fica por aqui digo: vale muito a pena ler, o livro é bom, eu que tava meio ruim quando li por issso demorei.

Nota: 4 de 5 cinco salgadinhos à moda de Garanhuns (meu deus que piada pesada)

Spoilers a seguir

Daqui pra frente tem spoiler, EU AVISEI!

O fato do irmão chato, inconveniente e lunático do Dexter ficar enchendo o saco dele por boa parte do livro é maneiro. Ele ser o deus ex machina do livro e eles se foderem porque a Debora (na série de tv é DEBRA, puta merda pra que mudar isso?) é uma BURRA que age sem pensar e só dificulta a vida de todo mundo não.

Os vilões são previsíveis, a violência sofrida pelo Dexter é ASSSUTADORA mas descrita com o sarcasmo sempre presente do autor, o que atenua bastante as situações e não deixa o livro tão pesado. Muitos autores erram a mão nisso, e uma das minhas autoras favoritas a C. J. Tudor é rainha de fazer isso em todo livro. Gore é legal, mas ele não pode ser gratuito, o que no caso dessa série raramente o é, o que se torna curioso, visto que trata de violência extremamente gráfica, mas tratava com genialidade pelo autor. Talvez essa seja a grande manha do Jeff, ele manja contar uma história pesadíssima sem perder a leveza e o sarcasmo.

O livro segue com a mesma fórmula, as vezes os personagens que a essa altura são altamente experientes agem como novatos, e como diria o Neto (caso fosse escritor de blog e não um conhecido garoto propaganda de Magic The Gathering além de ex-jogador do corinthians): “NOVATOS PRA CARALHO, DIGA-SE DE PASSAGE! UNS NOVATO BURRO MERMÃO, EU NÃO JOGO MAIS, CÊS QUER QUE EU FAÇA O QUÊ?”

Tirando isso o livro é bem maneiro e eu recomendo demais.